quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os parasitas

O PMDB, sucessor do MDB, partido de oposição ao governo militar e à ARENA, é um partido de história. Ele possui uma história, uma trajetória, e muito bonita, democrática e renovadora (em uma singela ironia com a extinta ARENA). É inegável que o Partido do Movimento Democrático Brasileiro tenha uma importância enorme na formação de nossa política e de nossa história, principalmente, no período de redemocratização. Porém, ao longo dos anos, o PMDB tem se afundado nas próprias divergências, em seu quadro político extremamente inflado e em sua fraqueza ideológica.

A primeira ruptura dentro do PMDB, foi quando FHC, Sérgio Motta, José Serra, Mário Covas, entre outros nomes tradicionalmente tucanos, fundaram o PSDB. Foi o primeiro sinal de que, devido à falta de identidade ideológica, importantes políticos do partido preferiram formar suas próprias legendas, erguendo as bandeiras de seus valores e ideais. Mas esta foi a única ruptura importante. Depois da fundação do PSDB, nenhum outro partido dissidente do PMDB surgiu. O partido continuou enorme, inflado, e ainda sem identidade ideológica.

Ideologicamente, o PMDB é um "partidão" de centro. Mas este centrismo do qual faz parte, é muito mais relacionado ao termo popular "em cima do muro", do que da corrente ideológica de posição moderada, defensora da justiça social dentro do capitalismo. Ao longo dos anos que se seguiram após a volta da democracia, o PMDB tem se mostrado um partido parasitário. Como não possui identidade suficiente para fazer um candidato próprio à presidência da república, prefere apoiar todo e qualquer governo eleito. Para esta missão, o fato de ser o maior partido do Brasil, ajuda. E muito. O PMDB é indispensável para a formação de qualquer base governista forte. Todo e qualquer partido que eleja seu candidato à presidência, necessita do apoio do PMDB, uma vez que este ainda é forte, tanto no congresso, quanto no governo dos estados.

E para que seus "aliados" nunca se esqueçam da importância do partido para a formação de qualquer governo, seus líderes não hesitam em demonstrar sua força através de ameaças, com o objetivo de achacá-los. Exigem a quota de ministérios e pastas que bem entendem ser úteis para si, não se preocupando com a competência ou eficiência do futuro gabinete. É exatamente o que está acontecendo agora, durante a formação do governo Dilma Rousseff. O PMDB pressiona seu aliado, o PT, indica seus ministros e ameaça ruptura se contrariado. Então, pressionada, Dilma cede os ministérios desejados - ou nem sempre - aos parasitas centristas. Nomes normalmente pouco técnicos, contrariando o que desejava a futura presidente para seu gabinete. Porém, há que se ceder às pressões parasitárias.

É uma pena que o PMDB ainda seja tão importante para o país, uma vez que se preocupa tão pouco com ele. Pensa primeiro nos interesses próprios. Sem contar os casos de corrupção e os nomes ilustres como os do Coronel José Sarney e de Orestes Quércia (que por sua vez, não se suportam e não se apoiam). Mas, assim é o PMDB. Uma orgia. Uma Torre de Babel política. Mas que, infelizmente, não mostra sinais de que vá ruir.

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